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sábado, 28 de agosto de 2010

Poema de um caboclo agradecido.

UM CABOCLO AGRADECIDO!

Meu Jesus, sei que Você,
enxerga o meu sofrimento.
escuta o meu lamento,
em todo canto me vê,
e é por isso que vim ter,
um papo franco e aberto,
aqui, nesse céu deserto
no meio desse roçado,
onde um dia fui jogado,
e só hoje eu sei porquê.

Como, aqui, foi meu começo,
nesse meu sertão sofrido,
onde na dor fui curtido,
um trecho que não esqueço.
e só agora agradeço,
o desvelo e o carinho,
que ao longo do meu caminho,

Você dedicou a mim,
que me faz sentir assim,
devedor do seu apreço.

Aqui, ainda criança,
nessa caatinga espinhenta
agressiva e cruenta,
eu plantei a esperança,
eu reguei a confiança,
para o medo afugentar,
e partir pra transformar,
meu sonho em realidade,
vendo que a temeridade,
entrava qualquer andança.


Meu percurso foi extenso,
complicado o meu trajeto,
mas foi esse o seu projeto,
para o meu vagar imenso,
e quando tudo repenso,
eu me sinto envergonhado,
por ter me ajoelhado,
somente na aflição,
em plena escuridão,
com o meu coração tenso.

Eu rezei a vida inteira,
a prece da ingenuidade,
como se na realidade,
existisse uma maneira,
de Deus não vê a besteira,
de cada mancada minha,
que como erva daninha,
sufocava a bondade,
manchava a fidelidade,
de gente tão verdadeira.

Quando o vento da bonança,
soprava a meu favor,,
esquecia que o amor,
era a única esperança,
pra lutar com confiança,
pra crescer com hombridade,
viver com sobriedade,
enxergar em cada irmão,
um elo de união,
o eixo de minha andança.

Eu transformava a prece,
num ato comercial,
num momento crucial,
como se Deus não soubesse,
que o infiel sempre esquece,
o apoio recebido,
que foi por Deus socorrido,
e voltará a se enredar,
preso haverá de ficar,
na teia que ele tece.

E assim deixei passar,
tantas oportunidades,
com minhas veleidades,
não vi Deus sinalizar,
o caminho a trilhar,
sacrfiquei meus amigos,
recusei tantos abrigos,
deixei na lista de espera,
tanta amizade sincera,
que hoje sinto pesar.

E me pego repassando,
cada trecho percorrido,
cada fato ocorrido,
e termino me prostrando,
com o coração sangrando,
e surgem na minha mente,
de uma forma contundente,
os anjos por Deus mandados,
por suas bênçãos guiados,
um por um vou abraçando.

Eu quero pedir perdão,
a Raquel tão dedicada,
que merece ser amada,
com extrema devoção,
que é o meu corrimão,
mas que foi sacrificada,
nessa aventura travada,
onde sonhos tão sonhados,
terminaram sepultados,
por tantas desilusões.

Numa curva perigosa,
que mudou o meu traçado,
num momento delicado,
Raquel surgiu magestosa,
meiga, linda e formosa,
sem perguntar qual o rumo,
nem se haveria aprumo,
no treho a ser percorrido,
e esse amor tão sofrido,
não sucumbe a qualquer prosa.

E Deus me deu duas filhas.
que nessa roda gigante,
nesse caminhar marcante,
enfrentaram nossas trilhas,
suportaram as partilhas,
nossa divisão de dores,
de afagos e amores,
de perdas e sacrifícios,
de temores e suplícios,
percorreram nossas milhas.

Se eu fosse enumerar,
todos os mensageiros,
os anjos missioneiros,
que Deus achou de mandar,
pra poder nos amparar,
certamente eu passaria,
escrevendo noite e dia,
o tempo que tenho ainda,
uma relação infinda,
ainda ia alguém faltar.

E o mais gratificante,
foi o afeto e o carinho,
que marcou nosso caminho,
de forma emocionante,
de maneira tão marcante,
dos amigos verdadeiros,
na Net nossos parceiros,
de ternuras e agruras,
de calores e securas,
nessa vida itinerante.

Se eu pudesse abraçar,
cada um samaritano,
que num gesto tão humano,
vieram nos afagar,
procurando aliviar,
o peso de nossa lida,
sem saber de nossa vida,
tateando eu procuro,
cada rosto nesse escuro,
pra com carinho afagar.

De muitos eu só conheço,
da alma a fotografia,
que brota da poesia,
o mais fiel adereço,
o mais sincero apreço,
que nos faz acreditar,
que nós podemos mudar,
com a força do amor,
essa escala de valor,
tendo o céu por endereço.

E foi esse sentimento,
que Deus pôs no ser humano,
universal, soberano,
um divino lenimento,
que abranda o sofrimento,
a imagem e semelhança,
essa divina herança,
que atrás de um tela,
a força do amor revela,
um elo tão franciscano.

E, assim, só há um jeito,
é de cada um tirar,
do seu ser uma fração,
compondo um grupo perfeito,
livre de qualquer defeito,
pra dizer nesse momento,
que o nosso agradecimento,
é fora de dimensão,
tamanha é nossa emoção,
que não cabe em nosso peito.

Esse grupo foi formado,
e posto em uma moldura,
retocado com ternura,
em nosso peito guardado,
constantemente lembrado,
quando a Deus nos dirigimos,
e pra cada um pedimos,
saúde, paz e amor,
e um zelo protetor,
no caminho a ser trilhado.

Depois dessa cantoria,
Eu ouço Deus me dizendo,
Eu já estava sabendo,
tudo o que você diria,
essa é minha Magia,

Eu estou no seu caminho,
consertando o desalinho,
que a vida lhe aprontou,
mas vendo como lutou,
vou refazer sua via.

E eu volto pro começo,
lá pro meio da caatinga,
procurando uma restinga,
pra partir pro recomeço,
movido por esse apreço,
embora esteja moído,
com o corpo dolorido,
conservei a mente aberta,
sem amarras e liberta,
pra caminhar sem tropeço.

E, agora, só me resta,
Lhe pedir para amainar,
a força do meu penar,
e conceder-me uma fresta,
por onde não haja aresta,
para por ela passar,
e conseguir consertar,
os fios de minha teia,
onde minha alma vagueia,
pra viver o que me resta.

Publicada por amo a poesia em Julho 22, 2008

Autor Bernardino Matos

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